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27 de Junho de 2014

Na semana passada, 201 artigos de peri�dicos foram avaliados pela DynaMed Systematic Literature Surveillance e 116 sum�rios de artigos foram adicionados ao conte�do da DynaMed.

Baseado em um crit�rio de sele��o de �artigos com maior probabilidade de mudar a pr�tica cl�nica�, um artigo foi selecionado pela Equipe Editorial da DynaMed.

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Tetraca�na t�pica de uso dom�stico n�o est� associada a retardo na cura ou aumento dos sintomas ap�s 48 horas em pacientes com abras�o da c�rnea

Reference: Acad Emerg Med 2014 Apr;21(4):374 (evid�ncia nivel 2 [m�dio])

A dor por abras�o na c�rnea � uma queixa comum em prontos-socorros. Os anest�sicos t�picos, tais como a tetraca�na, s�o conhecidos por serem eficazes na redu��o da dor ocular, com in�cio r�pido e curta dura��o da a��o. No entanto, n�o se encoraja o uso de anest�sicos t�picos em domic�lio ap�s a alta do servi�o de urg�ncia devido � preocupa��o com complica��es (incluindo retardo na cicatriza��o) baseada em relatos de casos e estudos em amostras teciduais e em animais. Um ensaio cl�nico randomizado recente comparou a seguran�a e a efic�cia da tetraca�na t�pica com gotas de soro fisiol�gico em 122 pacientes que compareceram a um pronto-socorro com uma abras�o na c�rnea.

Todos os pacientes tinham uma abras�o n�o complicada da c�rnea e foram aleatoriamente distribu�dos para aplicar solu��o t�pica de cloridrato de tetraca�na a 1% ou solu��o fisiol�gica, sendo acompanhados por at� 1 m�s. As interven��es foram aplicadas pelos pr�prios pacientes em suas casas a cada 30 minutos durante o per�odo de vig�lia, conforme necess�rio, durante as 24 horas. Todos os pacientes receberam 1000mg de paracetamol por via oral a cada 4 horas por 4 doses e pomada de cloranfenicol a 1%. Os pacientes registraram suas pontua��es de dor a cada 30 minutos para as primeiras duas horas ap�s a alta e depois a cada duas horas enquanto acordados durante as 48 horas seguintes. A seguran�a da tetraca�na foi avaliada atrav�s da determina��o de cura da c�rnea por meio do exame com l�mpada de fenda e capta��o de fluoresce�na 48 horas ap�s a alta, e na compara��o de sintomas persistentes a 48 horas e a 1 m�s da alta. Os pacientes tamb�m foram convidados a avaliar o qu�o bem a interven��o tinha funcionado em uma escala num�rica de 0 a 10 (sendo o maior n�mero o de mais efic�cia), e depois foram contatados por telefone em 1 semana e/ou 1 m�s.

N�o houve diferen�as significativas entre os grupos nas pontua��es de dor em nenhum momento da avalia��o. A absor��o de fluoresce�na a 48 horas ocorreu em 24% dos pacientes do grupo da tetraca�na versus 21% do placebo (diferen�a n�o significativa). Da mesma forma, sintomas persistentes a 48 horas ocorreram em 17% do grupo da tetraca�na em compara��o com 18% do placebo (n�o significativa). A pontua��o de efic�cia auto relatada entre os pacientes que responderam ap�s uma semana foi de 7,7 com tetraca�na versus 3.9 com placebo (p <0,0005) entre os 80 pacientes cujos dados estiveram dispon�veis (66% dos inicialmente randomizados). Os resultados tanto de persist�ncia de sintomas quanto da efic�cia auto relatada foram consistentes ap�s 1 m�s. Al�m disso, n�o foram relatadas complica��es atribu�das ao anest�sico t�pico. Um total de 29 pacientes (24%) foram exclu�dos das an�lises devido a recrutamento incorreto (5%) ou impregna��o por ferrugem (19%). Os pacientes com reten��o de halos de ferrugem foram exclu�dos porque seus sintomas persistentes foram atribu�dos principalmente aos pr�prios halos e �s repetidas tentativas de remov�-los, em vez de qualquer efeito da medica��o em estudo.

Nesse estudo, os pacientes classificaram a efic�cia global da tetraca�na t�pica como significativamente superior ao placebo ao recordar sua experi�ncia em uma semana ou um m�s ap�s a apresenta��o com uma abras�o da c�rnea. No entanto, os escores de dor registrados durante as primeiras 48 horas n�o favoreceram de maneira significativa a tetraca�na em rela��o ao soro fisiol�gico. As raz�es para essa aparente discrep�ncia n�o est�o claras, mas a grande varia��o nas pontua��es de dor e o fato de elas terem diminu�do rapidamente para quase zero em ambos os grupos ap�s 12 horas provavelmente contribu�ram. � importante notar que esse estudo descobriu que os pacientes que receberam tetraca�na n�o tiveram nenhuma evid�ncia de retardo na cicatriza��o da c�rnea, persist�ncia de sintomas ou quaisquer outras complica��es tradicionalmente atribu�das aos anest�sicos t�picos. Esses resultados destacam o fato de que estudos de laborat�rio que avaliam desfechos intermedi�rios, embora sejam �teis para elucidar processos fisiopatol�gicos, t�m valor limitado na determina��o da efic�cia de uma interven��o em um cen�rio cl�nico. O uso do cloranfenicol pode limitar a generaliza��o desses resultados, uma vez que o uso de antibi�ticos para abras�o da c�rnea � baseado em evid�ncias limitadas e pode n�o ser utilizado rotineiramente em muitos servi�os. Tamb�m � poss�vel que a pr�pria pomada excipiente tenha proporcionado al�vio independentemente do antibi�tico, o que pode explicar a queda acentuada nos n�veis de dor em ambos os grupos. Mais estudos s�o necess�rios mas, por enquanto, esses resultados sugerem que os anest�sicos t�picos utilizados por 24 horas s�o seguros e podem ser uma op��o para pacientes selecionados que v�o a um servi�o de emerg�ncia por uma abras�o da c�rnea.

Para mais informa��es, veja os t�pico Abras�o da c�rnea no Dynamed.