edição # 120 - Fevereiro/Março, 2011

às vezes

numa névoa de cinzas

dois pequenos fachos de luz

te furam o miolo das nuvens

e sobressaem, quentes

e se acendem, soberanos

quase felizes.

às vezes, muito às vezes

- ninguém imaginaria -

esses jatos de brilho

se espalham...iluminam...se misturam

e se despedem assim

- como tudo sempre se despede -

um pouco só.

à areia

queimada e tingida

barrenta e desalinhada

resta apenas soprar de novo

e de novo e de novo

até apagar rastros

ou, de um jeito outro

esperar passar

mais uma névoa cinzenta.

quem sabe outro facho vem te furar o miolo das nuvens?

Como já contei antes por aqui, a turma d'O BULE me convidou para fazer uma e-Oficina para novos escritores. Fiz, também, de quebra, umas perguntas para o escritor Esdras do Nascimento, que foi recentemente entrevistado pela equipe do blog. 

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Dando um rolé pelo Mundo...

- MundoMundano e os quatro cantos do mundo. Camila Briganti [et al.]. São Paulo: Selo Prólogo e Instituto Mundo Mundano, 2010.

É de conhecimento corrente, no meio literário, que a resenha deve ser feita do modo mais imparcial possível. Então, resenhar um livro para o qual se concorreu com alguma colaboração literária, NEVER.

Foi por esse motivo, aliás, que não resenhei a Antologia Cidade, outra incursão minha em projetos alheios que acabam me seduzindo, seja pela ideia em si, seja pela paixão do idealizador.

Mas não podia deixar de tentar com o livro "Mundo Mundano e os quatro cantos do mundo", um dos primeiros filhotes da Revista Mundo Mundano e do Instituto Mundo Mundano. Afinal, além de mim, era tanta coisa que valia à pena ser referida...

Pois é, eu tenho, SIM, texto publicado na coletânea. Com muito orgulho. Dois, para ser bastante sincera. E mais, não paguei nem três dinheiros por isso! Mas não falarei deles para não soar terrivelmente malvada e cabotina.

Para contar a história desde o início, tudo decorreu de um (feliz) encontro entre o boletim Leituras e a editora do site-livro-revista-instituto, a Camila Briganti. O deslumbramento foi tão grande, que eu entrei na hora para o grupo da Revista, e ela abriu na hora o prazo da gráfica para mandar rodar meus textos, e a conversa continua, depois da festa, depois de tudo.

Eu sabia que, ao me empenhar em elaborar uma resenha do livro, correria um risco grande de encontrar textos péssimos,  e consequentemente ter que desmontar jovens autores ou, pior, me omitir em publicar a resenha do livro coletivo. E assim andei com esse livro na minha bolsa por uns bons meses. Até tomar coragem. Até descobrir que precisaria 'ignorar' que havia um texto meu ali, e pegar firme.

Felizmente, tudo se saiu melhor que a encomenda.

(...) 

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Lugares para escrever, lugares para badalar, lugares para encontrar, lugares para conhecer...

No Alto da Boa Vista, aqui no Rio, acaba de ser inaugurado o primeiro estúdio ambientado na região do Parque Nacional da Tijuca, conhecido por 'Floresta da Tijuca'.

A dica é da querida Glória Sant'Anna, que administra o lugar e explica que o estúdio pode ser alugado por temporada ou para a realização de cursos diferenciados para grupos restritos (literatura, psicologia, gastronomia, artes, degustação, entre outros), já que o espaço dispõe de suporte operacional.

O Alto, assim tradicionalmente chamado pelos moradores locais, sempre foi um dos bairros nobres do Rio de Janeiro, tendo sido conhecido e habitado por pessoas de alta renda em belíssimos casarões. Eram famosas, nos anos 70 e 80, as festas fechadas em toda a região do Alto, Joá, Canoas...

Com a degradação da cidade, a progressão da violência e a expansão da Barra da Tijuca, especialmente nos anos 90, essas famílias se mudaram para outros endereços, vendendo suas mansões para charmosas casas de festa e recepções de casamento. Com a implantação da nova política de segurança na Cidade do Rio, o Alto volta a chamar a si investimentos e atenção da sociedade carioca para seu grande potencial turístico e cultural. Tomara! 

Em Lumiar, para esquecer a civilização e se inspirar com as estrelas, a produtora Valéria Martins dá a dica da Pousada Brilho do Sol, que conta com cinco chalés à beira-rio e não aceita menores de idade. Bom para colocar as ideias (e o coração) no lugar...

Muita gente se assustou com o desastre nas cidades da Serra, mas Lumiar não sofreu tanto com deslizamentos. Bem, como cautela e caldo de galinha nunca são demais, vale à pena esperar um pouco mais pela meia-estação para visitar a pousada.

Ah, para não assustar ninguém com a proposta radical de um encontro integral com a natureza, Valéria avisa que não há luz elétrica e que é imprescindível levar repelente para os banhos de cachoeira.

Em Paraty, a bela Casa do Poeta administrada pelo casal Angelo e Raquel, dispõe de sistema bed&breakfast para férias e feriados, e também abriga grupos para os festivais charmosos da cidade.

E o calendário cultural da cidade em 2011 está animadíssimo: já teve Folia de Reis e Verão Paraty, e agora os paratienses preparam o Pré Carnaval e Carnamar com o famoso Bloco da Lama, Belvedere (festival internacional de artes visuais), Bourbon (festival internacional de jazz), o IV Festival Internacional de Cinema, Festival do Camarão na Ilha, além das diversas festas santas (São Pedro e São Paulo, Santa Rita, Nª Srª dos Remédios e de São Benedito). Êee, povo festeiro...

A casa, com 7 suítes, piscina, rede, churrasqueira e jardim, fica no Caborê, na foz do rio Perequê, a apenas alguns metros da entrada do Centro Histórico e eu, com muito orgulho, quando vou à FLIP fico por lá. :)

Em Minas, o amigo poeta e ferroviarista Victor José Ferreira, chama a atenção para Passa Quatro, nas Terras Altas de Mantiqueira, bem ao sul das Minas Gerais. A dica de Victor é ficar no Hotel Pousada São Rafael, a cargo dos amigos Cesar Saullo e Suzana - um espaço aconchegante e de extremo bom gosto, super bem recomendado.

Ele conta que, chegando lá, aproveita para ficar longe do computador e curtir aquele pedaço do paraíso, seja caminhando, passeando visualmente pela paisagem, conversando com os amigos, comendo bem e andando no Trem da Mantiqueira (o trem histórico, turístico e cultural, tracionado por Maria Fumaça que, aos fins de semana, vai de Passa Quatro até a boca do Túnel da Mantiqueira, onde tropas mineiras e paulistas se confrontaram na Revolução Constitucionalista de 1932). 

Dica anotada, minha próxima viagem a Minas será para aquelas bandas... 

E, para fechar o post, numa das cidades mais deliciosas, Arraial do Cabo, o Condomínio Aldeia dos Anjos traz a Enseada dos Anjos para a soleira da porta.

Para quem não conhece (e se estiver viajando de carro) o melhor lugar para ficar é o Pontal do Atalaia, que oferece a beleza da vista, o silêncio da mata, e a proximidade da badalação das praias. Há quem brigue comigo, mas eu ainda prefiro Arraial do Cabo, com seu despojamento e a liberdade de passar o dia de pés descalços, à curtição chique de 'Búzios Internacional'. 

O Carnaval está aí. São quase 6 dias abertos na agenda corrida, abafada, cheia de pendências. Seis dias para tirar a calça jeans. Seis dias para fugir dos carros, dos engarrafamentos, do calor, das salas fechadas no ar-condicionado. Seis dias para olhar horizontes de água, horizontes de montanha, horizontes de estrelas, para pensar nos próprios horizontes, para descansar a vista naquele lugar delicioso onde a vista não chega.

E você, para onde sua vontade te puxa?

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