Leituras da semana
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Queridos amigos,

Abril se aproxima, malicioso. Vem rodeando as brisas, vem dispersando o céu e azulando as nuvens. Mas quase nem dá pra sentir o outono amarelecer nessas tardes que se decoram de tons mais fortes. As manhãs chamam para tomar o café na rua, as noites se iluminam de um jeito especial nos brilhos avermelhados do batom.

Há alguns anos, cheguei a reparar que abril é o mês que prefiro, entre todos os outros, de calor ameno, em convites para viagens de fim-de-semana, nos passeios das praças que nos libertam dos refúgios climatizados. É o mês que chama para um consomé no pão, fondues de queijo e festivais de chocolate, enroscados de écharpes e manteaux. Mais francês, c'est impossible.

Antes que traga amadurecimentos, abril rejuvenesce minhas vontades. Para amansar as vontades outonais, só mesmo diversões e outras leituras.

Dicas da semana (21.03.2009 a 27.03.2009)

Lançamentos
 


- dia 23, segunda, Vera Fisher assina "Um leão por dia", às 19h na Travessa do Shopping Leblon.

- quarta, dia 25, é lançado "Empréstimo de ouro - Cartas de Machado de Assis a Mário de Alencar".

- quinta, 26, é a vez de "Elza, a garota" ser autografada por Sérgio Rodrigues, às 19h na Travessa do Shopping Leblon. Ele deve estar Todo prosa...

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Cursos e novidades

- Lucia Chataignier convoca para os cursos que organiza, voltados à terceira idade, nas seguintes matérias: roteiro para cinema e TV, criação literária, moda na terceira idade, arterapia, filmes e debates à luz da psicanálise, turismo e passeios culturais, e domingueiras de confraternização, exposições, dança e depoimentos. Maiores informações nos telefones (21) 2224-9975 e (21)8204-4808. A psicanalista também convida para lançamento de nova edição da revista dObra[s], dia 24 de março, a partir das 19h, no Bar Drosophyla (Bairro Consolação, São Paulo).

- Prêmio Jabuti 2009 - inscrições abertas e online no site do prêmio ou no site da CBL a partir de 18.03 até 29.05.2009. Só podem concorrer livros publicados em 2008. Todas as categorias recebem prêmio de R$ 3.000,00 exceto a recém-criada 'Tradução de livro de ficção de francês para português', que levará o dobro e, ainda, 'Livros do ano Ficção e Não-ficção' que continuam faturando R$ 30 mil de prêmio cada um. Mais informações no site www.premiojabuti.org.br ou no site da CBL.

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Fontes: Caderno Prosa&Verso, do O Globo, Suplemento Ideias&Livros, do JB, informativo do PublishNews, blog Ficção de Gaveta, da escritora Ana Cristina Melo, além de mailing pessoal da autora. 

Foi apenas um sonho

- Foi apenas um sonho (Revolutionary Road). EUA/Inglaterra, 2008.

Leonardo di Caprio e Kate Winslet protagonizam um filme de angústias e inquietudes, em que o amadurecimento não esquece as promessas da juventude e as expectativas frustradas trazem tristezas desmedidas.
 
Os atores e os diálogos são excepcionais, na mão de Sam Mendes (o mesmo de 'Beleza Americana', outro filme que discute e critica o american-way-of-life da classe média norte-americana). Não era para menos, já que o roteiro é adaptação de um romance do grande escritor Richard Yates.

Nota-se, no filme, que não é o casamento dos protagonistas que está desgastado: o desgaste é consequência, justamente, da sensação de mediocridade, do reconhecimento de que a própria vida nada tem de especial, da imobilidade social, dos ideais agonizantes, da desesperança, da imutabilidade de certas escolhas, enfim, da morte das ambições.
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Passeio público (ou privado?)




Caminho relutante pela rua Buenos Aires, no centro do Rio de Janeiro, num dia de fevereiro em que o sol cresta a disposição de olhar as vitrines do percurso, os paralelepípedos soltos e as pedras portuguesas mal colocadas obrigam a pisar com cuidado.  Distraída, a bem da verdade, entre pensamentos e os gritos dos ambulantes que tentam vender qualquer coisa, desde aqueles asquerosos trimmers para orelhas e narizes cabeludos, até óculos de sol cujo design imita as grifes parisienses e londrinas mais charmosas.

Por maior que fosse a bagunça, me sentia estranhamente bem andando pelas ruas conhecidas da cidade natal, até que uma mocinha de seus 20 anos, com duas tiras de pano no corpo - uma que semelharia a um mínimo short, outra que seria um bustiê - vira na minha direção e berra a plenos pulmões: '- É você quem tá chamando a chuva, né, viado?' e continua andando a esmo para entregar papeluchos aos passantes. Da outra esquina, com um mega-guarda-chuva colorido, aberto no meio do sol de rachar, grita o destinatário de volta: '- Só assim pra apagar teu fogo, néim!', entre risadas e gracejos.

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Fotografia obtida no site http://oglobo.globo.com/fotos/2009/01/29/29_MHB_Rio_camelos.jpg.


O Crepúsculo, de Stephenie Meyer

- Twilight. EUA, 2008.

Crepúsculo é um filme de high school sobrenatural, com exatamente aquilo que faltava à saga Harry Potter: romance.

Não digo, com isso, que Crepúsculo possa ser um filme melhor elaborado que a saga de Howling, cujas décadas de sucesso dispensam provas da aceitação maciça do público.

Crepúsculo é mais pobre, reconheço, mas no entanto, incrivelmente, ele prende o espectador - é uma espécie de 'Drácula' de Bram Stoker com água-e-açúcar que te deixa sentado para ver no que vai dar. (...)

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A vocês, uma semana rendada
em seduções à francesa.

Au revoir,
 
Paula