Leituras da semana
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Queridos amigos,
A onda de calor abateu e exauriu o Brasil todo e fez com que a semana passasse devagar e árida. Os cariocas eram beduínos do asfalto. No Centro do Rio, as moças mais frágeis usavam guarda-chuvas para garantir sua sombra particular, já que não se encontram mais as sombrinhas rendadas do tempo da vovó.
As atividades literárias também esquentaram, com o início da agenda de eventos culturais. Eu, sinceramente, não sei como sobrevivi a tanta coisa.
O evento do Zuenir e do Veríssimo, na Casa do Saber, foi um bate-papo delicioso abrindo o mês de março. José Castello também deu o ar da graça e toda sua simpatia numa oficina da imaginação, na Estação das Letras e, para finalizar com chave de ouro, Mick Hucknall foi ao Citibank Hall mostrar o reggae britânico delicioso que nunca sai de moda.
Outra semana, assim, de céu aberto e cheia de estrelas, vai ser difícil. Para se recuperar da maratona, muita água com gelo, ducha fria, figo e melancia. Ah, é claro, e poesia para terminar as noites.
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Dicas da semana (07.03.2009 a 13.03.2009) |
Lançamentos  - sábado, dia 7, Paula Browne lança "Vários mundos - Burle Marx além das paisagens", a partir das 11h na Livraria Arlequim. (...) - e quinta, dia 12, Emir Sader
lança "A nova toupeira", a partir das 19h na Travessa Ipanema, enquanto
Bernardo Carneiro Horta assina "Nise, arqueóloga dos mares" na Travessa
do Barrashopping. No mesmo dia, Anna Leão ainda exibe "A rainha da floresta", às 18h na livraria Prefácio (Voluntários da Pátria, 39), enquanto Elisabeth Licata vai "Descobrindo a astrologia", às 19h na Argumento de Copacabana. Eventos e notícias de jornal- No Prosa&Verso deste sábado, vale conferir a resposta do autor Márcio-André
às críticas negativas de Francisco Bosco (feitas no sábado anterior),
sobre seu livro "Ensaios radioativos". No Ideias&Livros, a
excelente matéria sobre o projeto Amores Expressos com seu primeiro
fruto, o romance de Bernardo Carvalho , ambientado em São Petersburgo - além de conto inédito de Julio Cortázar. Cursos - Casa Poema
abre inscrições para "Nossa Língua Portuguesa: Nova Ortografia",
"Workshop de Poesia Falada" e "Aulas de Poesia Falada - Curso Livre"
estudando a obra das poetas contemporâneas Viviane Mosé e Martha Medeiros. - POP inicia dois novos cursos. "Que é a poesia", com Antonio Cícero (site e blog) e "Black music: introdução à música negra americana" com Arthur Dapieve, entre outros de fotografia e roteiro para tv. - Na Estação das Letras, inscrições abertas para os cursos "A arte do conto - oficina de criação literária", com Claudia Lage,
"De Catulo a Grinsberg", com Afonso Henriques Neto, "Academia de
Ginástica Poética: exercícios para a menina dos olhos", com Luiz Raul
Machado e, com Ondjaki, "As ficções breves: mergulho no conto". (...) Últimos dias- As inscrições para a premiação Petrobras Cultural se encerram dia 12, quinta-feira. Leia mais... Fontes: Caderno Prosa&Verso, do Globo, Suplemento Ideias&Livros, do Jornal do Brasil e mailing pessoal da autora. |
Longes pertos e algumas árvores
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- Di Bernardi, André. Longes pertos e algumas árvores. Belo Horizonte: 2008.
André
Di Bernardi Batista Mendes é poeta e jornalista do suplemento literário
do jornal O Estado de Minas, o Caderno Pensar. Vencedor do prêmio
Álvares de Azevedo de 2006, da Academia Mineira de Letras, André acaba
de publicar, em 2008, o livro "Longes pertos e algumas árvores", no
qual utiliza sua poética peculiar, regionalizada e ao mesmo tempo
universal, para transitar entre o meio rural e o urbano, entremeando
paixões e romances nessa viagem ao centro da sua natureza.
André
escreve com uma certa nostalgia da terra, uma saudade marcada por
luares e florações, um desamparo com o desassossego da cidade, e
encontra paralelo para seus sentimentos nas estações do tempo.
Por
vezes ele brinca com dizeres costumeiros da mineirice (como em 'farta'
e 'diadema'), passeia na boemia de seus lugares prediletos, e discute
as tradições religiosas tão arraigadas no seu povo, como em si próprio
e, que, nem por isso, são poupadas de seu questionamento.
Nota-se,
ainda, na escrita de André, traços da melancolia de uma certa nobreza
perdida, apesar da simplicidade poética que emerge à sua volta. A
nobreza de sua poesia se vincula à abundância da terra, à beleza do
meio rural, aos prazeres simples e sublimes de todos os cheiros, visões
e toques que nos vão sendo suprimidos à medida que o asfalto chega.
Careço de transcrever dois poemas, entre tantos outros de seus versos
de beleza rara: (...)
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A atitude de Mick 'Red' Hucknall sempre me encantou.
A
elegância e a atitude altiva, aliada à força do jazz, do reggae e do
soulmusic com que sempre interpretou suas canções, é o que me arrebata
há tantos anos.
Não pude deixar de vê-lo ao vivo. E fiz bem. O show do Simply Red foi sensual, sensacional, magnífico, e
o cantor de cabelos simplesmente vermelhos estava em sua melhor forma:
seguro, realizado, completo e mais charmoso do que nunca.
Foi
mesmo um prazer vê-lo falar, dançar, interpretar e nos pedir que
cantássemos com ele aquelas músicas que tão profundamente já fazem
parte de nossas vidas.
Tudo simplesmente mágico. Leia mais...
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 mas se ainda pudesse ver o poente levemente cintilado feito coisa rara que se espelha breve e se despede no silêncio das vidraças, mas o sol agonizante e belo se avista então estreito se despe de vermelho na empena do edifício.
se ao menos estivesse ali o horizonte mas o horizonte é denso demais e assim ele me escapa quando já é preciso subir tão alto para vê-lo - é tarde demais agora para reparar no tempo que se deflagra na saudade que me esgota.
talvez, então, de lá de cima e de tão longe, talvez o olhar possa turvar um pouco marear um pouco se pôr, só um pouco e espelhar vermelho nos recortes da luz turva e rosa dessa tarde - breve rara fugidia - que me cobre.
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A vocês, uma ótima (e mais fresca) semana.
Um beijo,
Paula
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